Há uma enorme lacuna entre os seguros de vida privados oferecidos aos consumidores europeus e a demanda atual. A principal razão para a penetração insuficiente do seguro de vida no mercado é o preço, considerado caro pelos consumidores. Estes produtos devem tornar-se mais atraentes, mais acessíveis e mais fáceis de entender.
A indústria deve procurar desenvolver produtos para preencher as lacunas, levando em consideração este fator, já que a atual situação econômica europeia indica maior sensibilidade dos consumidores em relação aos preços. As seguradoras precisam trabalhar em conjunto com o Estado para educar os consumidores e destacar formas alternativas para preencher a lacuna entre o que o Estado oferece e as necessidades dos consumidores.
Essas conclusões constam no European Insurance Report 2012, levantamento divulgado nesta quarta-feira, 19 de agosto, pela Swiss Re, destacando potenciais lacunas entre as ofertas da indústria de seguros de produtos e a demanda de consumo atual. O relatório foi baseado em uma pesquisa realizada pela Swiss Re com 15 mil consumidores em 14 países europeus.
De acordo com a análise, há uma lacuna de proteção de mortalidade no valor de 10 bilhões de euros em somas asseguradas, nos 14 países europeus pesquisados. A lacuna é a diferença entre o dinheiro necessário para dependentes em caso de morte prematura de um chefe de família e os recursos financeiros postos à disposição caso o inesperado ocorra.
A crise financeira e os programas de poupança relacionados tiveram um sério impacto na confiança do público nas pensões estatais e benefícios, e os consumidores têm tomado consciência da necessidade de previdência privada. Mesmo assim, eles estão relutantes em comprar seguros.
A boa notícia é que apesar de ser considerado um produto de custo elevado, nos países da Zona do Euro, onde o seguro de vida é um produto relativamente bem conhecido, os consumidores estão dispostos a pagar entre 22 e 30 euros por mês para uma cobertura no valor de 100 mil euros.
A pesquisa ainda apontou dois pontos importantes sobre a complexidade dos produtos. A formulação de termos de seguros, as condições e detalhes do produto, além do atual processo de aplicação devem ser levados em conta pelas seguradoras. Produtos simples e transparentes e um processo de compra suave são essenciais para o sucesso na distribuição.
A internet foi apontada como a fonte mais confiável para a busca de informações, além de uma boa fonte para aquisição de coberturas. Segundo o levantamento, a maioria dos consumidores sente-se muito ou bastante confortável na aquisição de coberturas através de sites de comparação na internet. A aquisição de produtos via canais de vendas tradicionais, como consultores independentes e equipe de vendas de seguros aparece em segundo lugar.
“Precisamos educar os consumidores sobre a importância do seguro de vida e nos certificar de que eles sabem em que ponto as mudanças no bem-estar do sistema podem afetar suas próprias circunstâncias. Isto irá assegurar que eles tenham a informação necessária para buscar soluções complementares”, analisa Bruce Hodkinson, Head da Swiss Re para negócios de vida e saúde para a Europa Continental.
“Esta é uma oportunidade para a nossa indústria aumentar a visibilidade com o público em geral e para provar nosso potencial”, finaliza.
Jamille Niero
Revista Apólice