Ultima atualização 21 de setembro

Brasil retoma crescimento econômico de até 4% em 2013

Previsão é do economista Eduardo Giannetti da Fonseca

O economista e professor do Insper, Eduardo Giannetti da Fonseca, acredita que as políticas recentes do governo federal e os sinais positivos da Economia Global apontam para a aceleração da economia brasileira a partir do ano que vem. O prognóstico foi feito durante o Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, realizado ontem pela Allianz Seguros, em São Paulo. “Vejo um cenário de retomada da velocidade habitual de crescimento da economia brasileira, com um avanço entre 3,5% e 4% no ano que vem”, afirmou o economista.

Ao contrário das medidas iniciais de combate aos efeitos da crise externa, que tiveram caráter mais casuístico em defesa de alguns setores, como o automotivo, segundo Giannetti, as novas medidas do governo Dilma Rousseff darão mais estímulo a novos investimentos na indústria brasileira, sobretudo com a desoneração da folha salarial e a redução dos custos de energia. “O governo está tomando decisões mais concretas para combater o problema crônico de baixa competitividade do Brasil”, disse.

Também conta a favor, para o economista, a melhoria do cenário na Europa, após o Banco Central Europeu aprovar um colchão de socorro ao sistema financeiro de 500 bilhões de euros para os países do bloco mais afetados pela crise. “O que causa apreensão hoje é China, pois não sabemos ainda qual será o real ritmo de desaceleração da sua economia no ano que vem”, apontou.

O diretor de Gestão de Mercado e Estratégia da Allianz Seguros, Felipe Gomes, destacou que, à diferença de outros setores econômicos mais afetados pelo cenário externo, a indústria do seguro apresenta perspectivas extremamente positivas de crescimento no país. “O acesso de milhões de novos consumidores e os indicadores positivos da economia apontam para um longo período de crescimento anual na casa dos dois dígitos no Brasil”, afirmou. De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o setor de seguros apresentou alta de 23,2% entre janeiro a julho de 2013, totalizando arrecadação de R$ 71,6 bilhões no período. Os dados não incluem o segmento de saúde.

Os bons sinais da economia do Brasil, sobretudo com a tendência de redução dos juros por período prolongado, levarão a uma mudança na gestão das grandes seguradoras, aponta o diretor financeiro da Allianz Seguros, José Garcia. “O mercado vai mudar muito no Brasil, terá que buscar mais eficiência para se adaptar a uma mudança no perfil de rentabilidade em um cenário de juros muito baixo. Os ganhos serão cada vez mais operacionais será necessário adotar medidas para garantir excelência na gestão”, avaliou.

Embora ainda esteja muito concentrado nas regiões Sudeste, com 66,7% de participação, e Sul, com 15,3%, a velocidade de crescimento das economias locais em várias partes do país anima o mercado segurador. “O crescimento do consumo e as ações de governos em toda a região Nordeste, como o que temos visto o porto de Suape, em Pernambuco, estão trazendo grandes benefícios para o mercado de seguros”, enfatizou Felipe Gomes. Dados da consultoria Siscorp apontam que de janeiro a junho, exceto saúde, enquanto setor cresceu 21% no Sudeste, a expansão chegou a impressionantes 38% no Nordeste.

Na região Centro-Oeste, cujo avanço foi de 18% no mesmo período, as perspectivas repousam na forte expansão do mercado agrícola. “A nova política de subvenções do governo no campo vão permitir que o mercado segurador triplique até 2015”, afirmou Gomes.

O Norte do país, que ocupa ainda 1,1% da indústria nacional de seguros e cresceu 16% de janeiro a junho, também projeta uma forte expansão, provocada pelo aumento da renda da população, o avanço dos mercados agrícola e de mineração e as obras de infraestrutura, como a construção de grandes usinas hidrelétricas.

Grandes obras, Copa e Olimpíada

Apesar do crescimento mais acelerado na massa de seguros de vida e automóveis, as grandes obras de infraestrutura em curso no Brasil abrem novas perspectivas para o setor segurador. A construção de rodovias, portos, ampliação de aeroportos, centrais elétricas e projetos associados à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas no Rio de Janeiro de 2016 reforçarão a carteira de grandes riscos das seguradoras. De acordo com José Garcia, esse cenário é não só favorável, como também lança uma série de desafios positivos para as empresas e ganho de eficiência. “Cada vez mais, as seguradoras terão de melhorar sua capacidade de análise de risco, aproximando o Brasil dos mercados mais avançados nessa área”, destacou Garcia.

 

G.F.

Revista Apólice

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