Ultima atualização 06 de julho

Mudanças no setor influenciam perfil dos profissionais e modelo de gestão de pessoas

Segundo pesquisa realizada pela consultoria FLOW, o mercado de seguros ganhou bastante atratividade ao longo dos últimos anos em comparação a outros mercados que disputam profissionais com perfis semelhantes

A FLOW, consultoria de recrutamento de executivos especializada em alta direção, realizou uma pesquisa sobre o mercado de seguros no Brasil: recrutamento e remuneração. A pesquisa foi baseada em dados coletados diretamente com cerca de 200 profissionais que representam 16 das principais seguradoras, resseguradoras e corretoras no País.

De acordo com o estudo, por conta da abertura do mercado de resseguros, com a quebra do monopólio do IRB, a indústria de seguros de infraestrutura, construção e propriedade vem passando por mudanças significativas. Grandes corporações multinacionais do segmento miraram o Brasil como um dos principais países para expansão dos negócios. Por outro lado, empresas nacionais se fortaleceram por meio de fusões e parcerias, a fim de fazer frente ao aumento da concorrência. O mercado viu, em pouco tempo, uma explosão de crescimento, investimentos, criatividade e competição. Uma combinação inédita até então. É estimado que, entre 2008 e 2011, o número de empresas do setor mais que dobrou e esse não foi o único fator que acirrou a concorrência.

A inserção cada vez maior do Brasil no cenário mundial de seguros gerou uma pressão por mudanças nas empresas que já atuam no País, tornando, assim, o setor mais dinâmico, relevante e atrativo. Entre elas, foram destacadas:

– Inovação e desenvolvimento de novos produtos: a internacionalização do mercado brasileiro possibilitou a vinda de novas tecnologias voltadas para comercialização, sistemas e processos, além de permitir que novas coberturas e condições pudessem ser oferecidas aos clientes locais;

– Busca constante por competitividade: movimentos de fusões/aquisições, parcerias operacionais e o ingresso de grandes bancos de investimento foram algumas das iniciativas para buscar diferenciação e produtividade;

– Maior embasamento técnico no processo decisório: subscritores, engenheiros de riscos e atuários ganharam mais destaque e importância na gestão das empresas, o que pode ser visto pela evolução de mais de 100% na média da remuneração nestas áreas entre os anos de 2008 e 2011.

De acordo com a pesquisa, o dinamismo e as transformações pelas quais o setor vem passando acabaram por influenciar não só o perfil dos profissionais de uma forma geral, mas também o próprio modelo de gestão de pessoas nas empresas.

Entre as tendências estão:

– Busca por um novo perfil de profissional: a aproximação das áreas técnicas e comerciais demanda perfis híbridos que combinem forte base técnica com habilidades comerciais e de comunicação. Fluência em inglês também é necessário;

– Retenção via planejamento de carreira: cerca de 60% dos profissionais que buscam recolocação no mercado o fazem pelo fato de não terem claras suas oportunidades de crescimento profissional onde trabalham. Com isso, as empresas perceberam que incrementos salariais por si só não resolveriam as questões de atração e retenção. RHs, CEOs e diretores de área tiveram que se engajar para fortalecer a comunicação interna e desenvolver lideranças inspiradoras. O engajamento das áreas também teve como objetivo a estruturação de planos de sucessão focados no desenvolvimento e na gestão da carreira de colaboradores;

– Aumento de remuneração e políticas de remuneração variável: consequência natural pela briga por talentos e pela percepção de que os principais ativos das empresas do setor são bastante assediados e acabam se movimentando num período muito curto

A sequência de quadros traz os valores mensais em reais das remunerações dos profissionais do mercado segurador.

 

O mercado de seguros ganhou bastante atratividade ao longo dos últimos anos em comparação a outros mercados que disputam profissionais com perfis semelhantes, principalmente setores de construção, indústria e serviços. Além disso, a economia brasileira se destaca no cenário mundial. Com essa combinação de fatores, a busca por profissionais deve extrapolar os limites desse mercado e das fronteiras do País. No entanto, alguns pontos devem ser observados:

Diversificação de setores:

– Escritórios jurídicos e bancos (áreas de crédito e análise setorial/empresas) possuem pessoas qualificadas para cargos de subscrição de riscos (Crédito, Garantia, D&O, E&O);

– Área de construção civil (construtoras e consultorias) capacita profissionais que podem ocupar cargos de Subscrição e Engenheiros de Riscos;

– Consultorias de Gestão de Riscos tendem a ser uma valiosa fonte para identificar bons atuários;

Diversificação geográfica:

– Entre 2005 e 2009, um considerável número de brasileiros foi expatriado. São pessoas que, quando retornam ao País, trazem excelente bagagem profissional e, por isso, precisam ser “garimpados” internamente. Também existe a oportunidade de trazer estrangeiros, mas é importante avaliar sua adaptação no Brasil e na empresa, evitando surpresas

Migração para Resseguros:

– Existe um grande interesse dos profissionais que atuam com seguros em migrar para as operações de resseguros. Por uma questão de complexidade das atividades e especificidade do perfil, as resseguradoras tendem a remunerar melhor e proporcionar um ambiente com maior quantidade de novas informações e conceitos. O grande desafio é identificar profissionais com maior facilidade de adaptação e sinergia com o setor. Além do perfil com viés mais técnico, o domínio do inglês e o lado comportamental mais analítico são fatores mandatórios para qualquer avaliação preliminar.

 

G.F.

Revista Apólice

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