Ultima atualização 18 de junho

Grécia deve sofrer uma contração de 6% até 2013, aponta relatório

Análise anual de conjuntura e risco-país realizada pela Coface mostra como fica o cenário econômico mundial caso a Grécia saia da zona do Euro

Yves Zlotowski, economista-chefe do grupo Coface e Jean-Louis Daudier, analista de risco-país e pesquisador econômico na França, publicam relatório atualizado com números e artigos de conjuntura econômica, dando um overview da crise europeia. Apesar dos ânimos dos investidores terem se acalmado neste início de ano por conta das medidas monetárias tomadas pelo Banco Central Europeu, ainda há muita tensão envolvida na questão por conta de países como Espanha, Portugal, Itália e Grécia estarem à beira de um colapso.

A principal questão abordada pelo artigo é o fato da Grécia poder eventualmente sair da zona do euro – e que tipo de repercussões isso teria no mercado financeiro mundial, principalmente o europeu. Usando como exemplos as crises da Argentina em 2002 e da Rússia em 1998, os especialistas fazem uma análise, levando em conta a pressão feita pelo banco central que bancos europeus se tornem credores da dívida, comprando LTROs, o que garante o retorno do investimento. Outra medida que foi tomada em março deste ano foi o acordo entre o setor privado e a Grécia, que reforça a medida monetária tomada pelo BC europeu.

Mesmo com todas as medidas e planos de resgate, a dívida da Grécia não diminuirá consideravelmente a ponto de impedir que o país, eventualmente, saia da zona do Euro. E esta hipótese, para os especialistas, não poderá ser subestimada. Entrando no quinto ano consecutivo de recessão, a Coface prevê que o país deve sofrer uma contração de 6% até 2013, quando a espiral de crise deve se assentar. Se a Grécia realmente sair da zona do Euro, sua dívida com o setor privado pode atingir o perigoso pico de 330% do seu PIB.

A desvalorização da moeda, que funcionou para desafogar Argentina e Rússia de suas crises, pode não funcionar para a Grécia, visto que o país tem problemas estruturais muito maiores. Oficializando sua saída da zona do Euro, a Grécia estaria sujeita a uma forte inflação nos produtos importados, falência de bancos e fim dos financiamentos vindos do exterior. De qualquer forma, a desvalorização poderia funcionar, de uma certa maneira, para as indústrias de máquinas para transporte, vestuário, confecções, eletrônicos e produtos agrícolas. Em relação à crise russa, a Grécia tem alguns problemas em comum, como a ineficiência do governo em coletar impostos – algo que é tido como prioridade no acordo firmado com o FMI. Mas no geral, o ponto alto da discussão em torno da crise grega converge para a questão do calote, e se isso poderia “contagiar” outros países do bloco a saírem da União Européia, criando uma forte ruptura no Euro como moeda única.

 

G.F.

Revista Apólice

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