No encontro realizado pelo Sindseg-SP com o secretário-adjunto da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Jair Burgui Manzano, um dos assuntos levantados foi o aumento dos roubos e furtos de veículos na cidade de São Paulo. O almoço reuniu representantes do mercado paulista no dia 25 de maio, no Hotel Maksoud Plaza. Segundo Manzano, é preciso considerar também o aumento da frota. Para ser considerado um bom resultado, é preciso que “o índice de roubo e furto esteja abaixo do crescimento da frota”, afirmou. O secretário-adjunto citou como exemplo eficaz um projeto implementado pela Polícia Militar em algumas cidades da Grande São Paulo, onde houve diminuição de registros em um ano.
Por sua vez, Luis Pomarole, diretor de automóvel da Porto Seguro, afirmou não notar essa diminuição de frequência nos sinistros registrados pela companhia. Ao contrário, ele garantiu que há um ano atrás havia 70 registros de roubo por dia. Atualmente, são 80 por dia. “Não observamos esse crescimento em frequência em outras regiões”, indicou. Pomarole explicou que antigamente a seguradora investia em rastreadores para recuperar os carros roubados e furtados e o índice de sucesso era de 70 a 80%. “Hoje o rastreador auxilia em 60% das recuperações, é um índice mais baixo, próximo ao sucesso obtido pela polícia (cerca de 40%). Isso reflete no preço do seguro, que é aumentado, e já constatamos diminuição no número de renovações”, completou.
Para Manzano, as seguradoras devem ficar atentas também às fraudes. “O crime é multifacetado, não são apenas os roubos e furtos, mas existem as fraudes também. para combater o crime é preciso que o estado esteja organizado. Precisamos da união do segmento econômico, da sociedade civil e do governo”, enfatizou o secretário-adjunto.
Roubo de carga
Outro assunto discutido foi o roubo de cargas. Segundo Manzano, de 7 a 8% dos roubos são valores grandes, 30% são roubos de valores menores – de R$ 20 mil a R$ 30 mil – de carga que seria entregue nas periferias. “A outra parte é formada por fraudes. Precisamos do segmento econômico para definir o que é realmente roubo e o que é fraude”, convocou.
A cidade de São Paulo é responsável por 60% dos roubos de carga do estado, 20% é da Grande São Paulo e 18% dos roubos de carga ficam entre o litoral e o Vale do Paraíba (Campinas, Ribeirão Preto, Praia Grande (Santos não está inclusa) etc), informou Manzano. “O grande problema é a ‘infidelidade’ dos motoristas. Com a expansão econômica, há mais fretes e cria-se a necessidade de mais motoristas. O problema é que qualquer um acaba sendo contratado”, pontua.
Jamille Niero
Revista Apólice
