Ultima atualização 28 de setembro

Saúde 2.0: O paciente no controle da sua saúde através das redes sociais digitais

O Brasil vem surpreendendo em todas as pesquisas sobre o uso da internet e das redes sociais. Nós, brasileiros, estamos em primeiro lugar na América Latina no número de usuários e no tempo de navegação, além de ocuparmos a oitava posição no ranking mundial. Falando especificamente do uso de redes sociais, o Brasil está sempre entre os três primeiros. No caso do Twitter, permanecemos – de fato – no topo. Estudos recentes mostram também que 64% dos usuários brasileiros possuem entre 15 a 34 anos, ou seja, são jovens e vivem o novo cenário 2.0 das coisas. Eles gastam até 78% do seu tempo na web social. Agora você, leitor, deve estar se perguntando: com tudo isso impacta na área da saúde?
Dados novos mostram que a Internet é a primeira fonte de informação de saúde, seguida de médicos, parentes e amigos. Ou seja, as pessoas perguntam primeiro ao “Dr. Google” sobre sua condição de saúde, para depois buscar ajuda profissional. Isso significa que a mesma mudança que aconteceu com as marcas no mundo publicitário, está acontecendo com a área da saúde: o poder agora está nas mãos dos pacientes e não mais dos médicos.
A medicina, em um passado não muito distante, tinha o foco na doença e suas informações eram acessíveis somente pelas organizações de saúde e pelos médicos. Havia um paternalismo na área e os pacientes eram passivos e meramente ouvintes, sem condições de otimizar sua condição de saúde. Naquele tempo, o que o médico falava era absoluta verdade. As comunidades de suporte (grupos de apoio) eram baseadas em relações presenciais, geralmente limitada pelas pessoas que o paciente conhecia ou limitada pela região geográfica. A mídia era preocupada em vender remédio e mais remédios, ou seja, o foco era sempre no tratamento e nunca na prevenção.
Hoje, tudo mudou. O destaque é no paciente e a criação de conteúdo sobre saúde é fácil e sem a necessidade de conhecer uma linguagem técnica. Os blogs são prova disso. Os médicos podem, então, publicar informações de forma mais ampla do que somente para seus pacientes. Os pacientes por sua vez estão abertamente pedindo conselho sobre tudo na Internet, desde tratamentos até convênios médicos. O cenário vai além. Os mais dedicados estão se tornando ativistas por causas como AIDS, Câncer, Autismo, e se mobilizando através do poder da massa nas redes sociais. Assim, a Saúde 2.0 surgiu e significa que cada paciente pode ter sua própria voz para compartilhar experiências.
Somente nos EUA, 83% dos usuários de Internet procuram por informações de saúde. No quadro abaixo conseguimos ver claramente a evolução da adoção das redes sociais pelos hospitais americanos.
Há diversos casos de uso da web social no sistema de saúde, como por exemplo, os centros de controles de doenças nos EUA, que estão usando o Twitter para alertar pandemias. Os hospitais americanos também são modelos de sucesso, pois usam o canal para recrutar doadores de órgãos, sangue, levantar fundos e alertar a comunidade sobre doenças.
Para os pacientes, as redes sociais podem ser usadas para direcionar conteúdo personalizado, alertar sobre exames, promover a saúde e o bem-estar, entre outros. Já existem casos bem sucedidos neste sentido: a rede PatientsLikeMe.com está sendo usada para rastrear resistências a antibióticos. Assim como esta, há uma série de outras redes sociais para pacientes, doentes crônicos, e médicos surgindo ao redor do mundo. No Brasil, uma rede social para doentes crônicos será lançada nos próximos meses.
E o futuro? No passado o foco era na doença, no presente o foco é no paciente e no futuro o foco será “do” paciente. Dados agregados de milhões de pessoas através da Internet transformarão os moldes de pesquisa pela colaboração em massa. O diagnóstico dos casos mais difíceis será estudado em crowdsourcing através das redes sociais e o paciente monitorará e controlará sua saúde através de dispositivos móveis conectados à rede. Além disso, eles terão mais conhecimento sobre suas condições de saúde e poderão compartilhá-las com os provedores para melhorar a precisão do seu tratamento, diminuir a sinistralidade e até ganhar descontos pela prevenção. Os registros também sofrerão mudanças: seguirão o paciente e darão mais poderes e responsabilidades nas mãos dele.
Isto é, o futuro da saúde passa pelas redes sociais digitais, haverá mais prevenção, menos doenças e a medicina será participativa. Como profissional da área, qual linha você seguira: passado, presente ou futuro?

Rafael Kiso é diretor de novos negócios da Focusnetworks, agência especializada em social business.

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