A Munich Re do Brasil ofereceu um novo workshop aos seus clientes no dia 29 de junho. Desta vez, para abordar as doenças da tireoide e seus impactos no seguro de vida. A escolha do tema foi motivada pelo crescente número de problemas relacionados à tireoide que são declarados na contratação de um seguro de vida, e pelo sensível aumento da sinistralidade por câncer de tireoide, observado especialmente na cobertura de Doenças Graves.
Segundo Mauro Veras, médico consultor da Munich Re, atualmente a incidência de neoplasias malignas nessa glândula é muito maior na população de segurados do que na população geral, o que significa que pode estar havendo “antisseleção”.
A tireoide é uma glândula endócrina, que produz hormônios (T3 e T4) fundamentais para o funcionamento de quase todas as nossas células. Situações que resultam em aumento anormal da produção e da concentração destes hormônios no sangue configuram o hipertireoidismo, quadro caracterizado por sintomas como emagrecimento, fadiga, nervosismo, instabilidade emocional, aumento da frequência cardíaca, etc. O bócio difuso tóxico e o bócio nodular tóxico são as causas mais comuns de hipertireoidismo.
Por outro lado, um prejuízo na fabricação de hormônios tireoidianos, com queda da concentração sanguínea para níveis abaixo do normal, determina o hipotireoidismo, quadro que pode se manifestar por ganho de peso, elevação dos níveis sanguíneos de colesterol e triglicérides, distúrbios cardíacos, sonolência, depressão etc. A principal causa de hipotireoidismo é uma inflamação da tireoide provocada pelo sistema imunológico do próprio doente, chamada de tireoidite auto-imune ou tireoidite de Hashimoto. A doença é dez vezes mais frequente em mulheres.
Durante a apresentação, foi discutido o alarmante aumento da prevalência de tireoidite auto-imune e hipotireoidismo no Brasil, que dobrou nos últimos 15 anos e atingiu 20% em populações estudadas. Uma das explicações para este fato se relaciona à ingestão excessiva de iodo provocada por consumo exagerado de sal iodado (sal de cozinha) e também à elevação indevida da quantidade de iodo adicionado ao sal pela indústria salineira no período entre 1998 e 2003, com o aval do governo.
Foram demonstrados dados atuais sobre o impacto securitário das principais doenças que acometem à tireoide e os participantes foram orientados sobre como lidar com estes riscos na prática diária.
Katia Palaio, Senior Life Underwriter da Munich Re, deu instruções para o enquadramento destes casos no MIRA (Munich Re Internet Risk Assessor) – ferramenta de subscrição baseada na internet que a resseguradora disponibiliza para os seus clientes – visando o cálculo dos percentuais de sobremorbidade e sobremortalidade quando são necessários ajustes na tarifação.
Na abertura do workshop, Edgar Kataguiri, responsável pelo departamento de Vida da Munich Re, enfatizou que, em um mercado cada vez mais competitivo, é fundamental que as seguradoras estejam capacitadas tecnicamente para absorver os riscos agravados, de modo a evitar a perda de uma importante fatia de proponentes que hoje são declinados.
J.N.
Revista Apólice
