Ultima atualização 14 de junho

Zurich abrirá resseguradora local no Brasil

A Zurich decidiu instalar uma resseguradora local no Brasil. Seu capital inicial será de R$ 100 milhões, superior à exigência mínima na Susep de R$ 60 milhões. Embora ainda não tenha iniciado o processo de abertura no órgão regulador, o Grupo espera ter a sanção da autarquia até o final deste ano para poder operar a partir de 2011. Isso porque os contratos vigentes valem conforme as antigas normas de contratação de resseguro até 1º de janeiro. Depois disso, as apólices terão de se enquadrar nas determinações das resoluções 224 e 225 do CNSP, que limitou a transferência intragrupo em 20% e obrigou as seguradoras a contratarem com companhias locais ao menos 40% dos seus contratos de resseguro. “Há problemas de restrições em todos os setores, principalmente, para resseguradores com atuação no exterior. Com atuação local, poderemos aplicar tarifas internacionais”, disse o CEO Global de Seguros Corporativos do Grupo Zurich, Thomas Huerlimann, durante conferência anual da companhia que aconteceu no Guarujá (SP).
De fato, as novas normas aceleraram os planos da Zurich. Embora a companhia já contasse com autorização para operar como resseguradora admitida e eventual, optou por se instalar no Brasil como local na tentativa de atender seus clientes como um todo. Na visão de Antonio Cássio dos Santos, CEO de Seguros Gerais da Zurich para a América Latina, a iniciativa reforça a importância do Brasil e da confiança que o Grupo vem demonstrando no País. “O Brasil é o foco do Grupo na América Latina, tanto que recentemente transferiu de Miami para São Paulo sua base regional para América Latina”, analisou ele por meio de comunicado à imprensa.
A resseguradora local da Zurich atuará em todas as linhas que o Grupo já opera em seguros. Como no exterior as empresas têm licença para atuar como seguros e resseguros – diferente do formato adotado no Brasil -, pode-se dizer que é uma iniciativa inédita na história da companhia.
Apesar do mercado ainda se articular para tentar convencer o Governo a recuar nas regras de contratação de resseguro, a Zurich preferiu se antecipar para não ter problemas de capacidade na hora de colocar seus riscos no mercado ressegurador brasileiro. Segundo Marcus Vinicius Martins, CEO Brasil de Auto e Seguros Gerais da companhia, a criação da empresa local visa atender às demandas dos seus clientes corporativos. “Com a resseguradora local, queremos garantir aos nossos segurados o pleno acesso às capacidades de resseguro, oferecendo uma solução completa de programa de seguros”, afirmou ele.
O executivo explicou que conceitualmente as novas regras seriam perfeitas, caso o Brasil já tivesse um mercado de resseguros maduro. Mas o mercado ainda tem esperanças em relação às novas normas de resseguros. Existem movimentos pela CNSeg, FenSeg e pela Associação Brasileira das Companhias de Seguros Internacionais, que estão coletando pareceres de juristas. Dependendo da análise dos mesmos, as entidades pretendem interpelar junto ao CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) para revogar as novas resoluções já adotadas na prática. Para o diretor de Resseguros da Zurich, Fernando Zamboim, os objetivos requeridos com as novas regulamentações poderiam ser obtidos de outra maneira, com controle e normas. “Criamos a Associação Brasileira das Companhias de Seguros Internacionais, mas ainda não temos um plano de ação claro. Sem fazer juízo de valor, entendemos que as novas resoluções podem reduzir a capacidade do mercado”, disse ele, que representa a Zurich na entidade.

Novo produto

Apesar da Zurich deixar bem claro o seu apetite pelo segmento de varejo e baixa renda, o Grupo não quer “abrir mão” do segmento corporate. De acordo com Martins, a criação da resseguradora local reforça a presença da companhia nos segmentos property e grandes riscos. Neste contexto e de olho, principalmente no desenvolvimento do setor de infraestrutura, a Zurich lançou o OPPI (Owners’ Protective Professional Idemnity) durante a conferência realizada no Guarujá. Trata-se de uma apólice de Responsabilidade Civil, que cobre prejuízos ocasionados com subcontratados durante uma obra. O produto tem vigência de até 10 anos, cujo intuito é cobrir toda a vida do projeto, e limite de até US$ 30 milhões por contrato. “Devido ao crescimento do setor de construção, é preciso pensar num seguro para cobrir prejuízos a terceiros. O OPPI é uma proteção financeira para investidores ou proprietários de obras não tenham seus projetos paralisados por conta de erros de subcontratados, tais como arquitetos, engenheiros etc”, explicou Vinicius Jorge, gerente de linhas financeiras da Zurich.
Este seguro pode ser contratado para projetos já iniciados e até mesmo para períodos retroativos.

Aline Bronzati, do Guarujá-SP
Revista Apólice

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