Além de possibilitar a oferta de novos produtos e serviços e repassar riscos que a capacidade do País não absorve, o vice-presidente sênior para o Brasil e Cone Sul da Swiss Re, Rolf Steiner, sustenta que a instalação de resseguradoras estrangeiras no mercado brasileiro, após a abertura do resseguro, trouxe um benefício a mais para as seguradoras locais.
A vantagem, segundo ele, é evitar que as seguradoras façam seguidos aportes de capitais para manter competitividade e aumentar o volume de riscos assumidos, repassando parte desses negócios para o ressegurador.
Rolf Steiner diz que essa opção ganhou força a partir da crise financeira global desencadeada em 2008, que encurtou a oferta de crédito para as empresas que buscam levantar capital no mercado mundial.
Por essa razão, ele entende que os resseguradores devem ser vistos como “um parceiro de primeira hora” pelas seguradoras, principalmente as de pequeno e médio portes. “Essas empresas vão depender bastante da parceria com resseguradoras para manter a competitividade no mercado doméstico”, comenta o executivo, em entrevista ao site Viver Seguro, da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).
Terceira via
Ele prossegue dizendo que, entre pagar caro por recursos de terceiros ou mesmo ter de recorrer aos acionistas para aumentar o capital social, as seguradoras tendem, a partir de agora, a buscar a terceira alternativa, que é a de utilizar o resseguro como instrumento mais razoável para a expansão de seus negócios.
“No caso extremo, a companhia sem capitalização suficiente terá de abrir mão de negócios para manter-se nos limites exigidos de absorção de riscos”, observa. Vale lembrar que a absorção de risco é proporcional ao tamanho do patrimônio da empresa.
No Brasil, o foco de negócios da Swiss Re está direcionado para nichos mais promissores no mercado brasileiro, nos quais a resseguradora suíça tem expertise, como os de riscos de engenharia, seguro-garantia e outras modalidades de property que estão sendo alavancadas pelo crescimento econômico e o aumento do poder aquisitivo da população.
Rolf Steiner acentua ainda que o Brasil destaca-se entre os demais países do chamado Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), o que se reflete nas áreas de seguros e resseguros, criando oportunidades únicas de expansão. “O mercado brasileiro é um dos mais interessantes para prospecção de negócios nas áreas de seguros e resseguros”, diz, apontando os investimentos necessários para realizar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 como exemplos de eventos que justificam a presença de resseguradores internacionais no País
Jornal do Commercio-RJ
