Ultima atualização 17 de março

Seguros rural e habitacional ganham espaço

Os seguros habitacional e rural, ramos ainda de pouca expressividade no mercado segurador, podem ganhar espaço nos próximos anos, o que diluiria a concentração dos seguros no segmento de automóveis, hoje responsável por aproximadamente 52% do volume de prêmios em 2009. Além da base mais baixa, que garantiria uma expansão em níveis maiores, a expansão do crédito imobiliário e o crescimento do conceito de renda protegida, na área rural, são os responsáveis pelo crescimento de participação desses setores.
Segundo dados do Banco do Brasil, principal financiador da safra agrícola, a penetração do seguro rural passou de 61,6% na safra de 2008/2009 para 66,5%. Durante apresentação de resultados do banco no ano passado, no fim de fevereiro, o vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores do banco, Ivan de Souza Monteiro, afirmou que o produtor rural vem se mostrando mais preocupado em proteger sua renda, principalmente pelo aumento da instabilidade do clima.
O diretor executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Neival Rodrigues Freitas diz que, apesar de o setor ainda não ter um grande peso nos prêmios, vem crescendo a um ritmo de 50% ao ano. “É até natural, por ter uma base menor, comparativamente. Em 2010, esperamos que continue nesse ritmo de expansão.” Segundo ele, os prêmios do setor chegaram a R$ 1 bilhão no ano passado, ante R$ 400 milhões em 2007. Em 2010, deve chegar a R$ 1,5 bilhão.
No seguro habitacional, o crescimento do crédito imobiliário, além da expectativa de expansão, é o principal motivo da alta dos prêmios de seguros para o setor. Em 2009, o financiamento de imóveis teve um crescimento de 40,6% em relação a 2008, chegando a um saldo total de R$ 88,970 bilhões. Hoje este total representa cerca de 3% do PIB; no entanto, a expectativa é que essa representatividade chegue a dois dígitos em cinco anos.
Freitas confirma que a expansão do seguro habitacional se deve principalmente ao aumento dos volumes negociados. “Este é um ramo que vem crescendo, principalmente via incentivos do governo, como o [projeto habitacional] ‘Minha Casa, Minha Vida'”, diz. Segundo projeções da FunSeg, o segmento deve chegar a R$ 1,1 bilhão em prêmios em 2010, ante R$ 907 milhões no ano passado.
Segundo dados da entidade, o total de prêmios em 2009, excetuando os ramos de capitalização, vida e previdência e saúde, chegou a R$ 33 bilhões. “Tradicionalmente, o setor segurador cresce mais que o PIB que, com a projeção atual de crescimento acima de 5%, deve nos dar uma expansão na ordem de 10%”, acredita Freitas, estimando prêmios de aproximadamente R$ 36 bilhões este ano.
No total arrecadado, o setor de automóveis tem uma participação de aproximadamente 52%, ou seja, R$ 17,33 bilhões. A expectativa da FenSeg é de que o crescimento registrado ano passado, de 3%, se repita no corrente ano. Segundo a agência classificadora de risco Fitch Ratings, o total de prêmios em 2009, contando os setores não contabilizados pela FunSeg, ultrapassou os R$ 100 bilhões, contra R$ 96,2 bilhões no ano anterior, crescimento de 3%. Para a agência, a recuperação da economia brasileira, “combinados com a perspectiva de retomada de maiores investimentos, principalmente em infraestrutura, reacenderam as estimativas de crescimento dos prêmios do mercado brasileiro de seguros para 2010, em função da melhor performance esperada para segmentos de maior risco, mais intensos de capital”. A projeção é de que a taxa de crescimento chegue a dois dígitos, próximo da média histórica de 15% a 20% anuais, o que poderia significar prêmios de em torno de R$ 120 bilhões.

DCI

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