Ultima atualização 06 de setembro

Plano odontológico: benefício que não pesa no bolso

Operadoras apostam que empresas de menor porte possam oferecer plano odontológico como uma pequena amostra do poder de retenção dos benefícios

Em 16 anos, planos odontológicos encolhem pela 1ª vez no trimestre

Grande parte das empresas com porte mais robusto já conta com uma série de benefícios para seus colaboradores, inclusive o plano odontológico. Por isso, o foco de várias operadoras recai agora sobre as pequenas empresas, que necessitam de novas formas para reter talentos em seu quadro de funcionários.

Segundo dados do Sebrae, as PME´s representam 98,5% das empresas e geram 17 milhões empregos, sendo responsáveis por 27% do PIB brasileiro. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Odontologia de Grupo, Geraldo Almeida Lima, “alia-se estes dados ao fato de que o custo-benefício dos planos empresariais geralmente são melhores do que os para as Pessoas Físicas, e percebe-se um enorme potencial consumo”.

O mercado de planos odontológicos é muito competitivo, com uma oferta vasta de operadoras, de todos os portes, o que coloca as empresas consumidoras em uma situação privilegiada. Além disso, as PME’s geralmente trabalham com estruturas enxutas, visando sempre a eficiência operacional e racionalização dos custos. “Desta forma, há uma menor tendência de fidelização, visto que ficam seduzidas sempre a buscar a melhor relação custo- -benefício”, explica Lima.

Porém, em tempos de crise tudo fica mais difícil. O desemprego aumenta e a falta de dinheiro pressiona o empresário, que promove corte de custos.

“Além das empresas tentarem segurar ao máximo eventuais novos investimentos, nos deparamos com um maior volume de demissões, o que faz com que naturalmente haja uma saída maior de beneficiários dos contratos empresariais”, argumenta Lima. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplemente, a quantidade de beneficiários cresceu 3,8% em 2016, em relação ao ano anterior, chegando à marca de quase 22 milhões de vidas. Considerando que apenas o mercado de planos de saúde já possui mais de 47 milhões de beneficiários, é fácil entender o otimismo em relação ao odontológico.

Um comportamento comum ao consumidor de planos odontológicos é realizar todos os procedimentos necessários nos primeiros meses de vigência do plano. Depois disso, segundo os executivos, eles simplesmente abandonam qualquer tipo de acompanhamento preventivo.

Por isso, o grande desafio das operadoras é agregar coberturas acessórias quem fidelizem o cliente. Lima afirma que o consumidor brasileiro deve mudar sua postura em relação ao plano odontológico, encarando-o como uma espécie de previdência, visando o cuidado no longo prazo.

Mais fácil de lidar

Negociar com pequenas empresas é mais fácil, acreditam alguns executivos do setor. Porque normalmente quem decide é também quem tem o poder de compra. Por outro lado, estas empresas dispõem de uma estrutura mais enxuta e é comum que a mesma pessoa que contratou o plano odontológico é quem cuida do RH. “Temos que oferecer não apenas um preço razoável, mas também temos que oferecer serviços que liberem a tarefa do administrador”, avalia Armando Rodrigues, presidente da Dentalpar.

Rodrigues argumenta que as PMEs são mais flexíveis e que é possível aplicar os reajustes de acordo com a utilização da empresa, o que torna o plano mais justo. Também é possível a criação de produtos customizados, alinhados ao que a empresa necessita e espera da operadora.

Mesmo as empresas de porte maior não deixam de olhar para as PME´s. Carlos Rogoginsky, diretor Comercial da OdontoPrev, diz para atender este público é preciso facilitar os serviços e atender a demanda com produtos mais acessíveis. “O nível de fidelização é alto, há tendência do setor pela volatibilidade da própria empresa, mas há clientes na base há mais de 10 anos. Não observamos grande rotatividade”, avalia.

Rugoginsky afirma que a tecnologia também é uma forte aliada tanto para as vendas quanto para o controle da carteira. A Odontoprev possui ferramentas para dispositivos móveis para a captura de informações dos clientes, obedecendo as regras da ANS para a guarda e transmissão de dados cadastrais do titular. “De forma simples e fácil trazemos as informações para a base de clientes e, posteriormente, a ativação é feita via meios eletrônicos. Buscamos um canal fluído e fácil para o corretor fazer a captura e a circulação das informações”.

Na carteira da operadora, este tipo de plano deve continuar crescendo por uma conjunção de fatores, como abrangência do plano e rol mínimo de procedimentos exigidos pela ANS. Entretanto, Rogoginsky acredita que é preciso ter mais opções na manga para atender a todos os tipos de público. “É preciso poder desenhar um produto para cada tipo de público, mesmo dentro da mesma organização. Mas o que determina a contratação é a facilidade na gestão do benefício”.

Kelly Lubiato
Revista Apólice

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