Quanto mais viagens, melhor. Esse é o lema de todo mundo que gosta de explorar e pegar estrada. Há muitas dicas para quem vai viajar, seja de férias ou a trabalho, especialmente sobre seguro viagem ou manutenção e vistoria do automóvel antes de pegar a estrada.
Mas, para quem quer ir para os países do Mercosul de carro, há ainda outro fator que precisa de atenção: o Seguro Carta Verde. Essa cobertura está disponível como opção nas apólices de seguro, mas nem sempre a viagem está nos planos na hora da contratação do Seguro Auto, então, quem decide cruzar as fronteiras pode contratá-la posteriormente, conforme a necessidade do motorista. “Além disso, o seguro Carta Verde pode ser contratado também por não segurados”, explica Jaime Soares, diretor do Porto Seguro Auto.
Além disso, a opção pode ser adquirida como uma apólice específica, não necessariamente agregada àquela que foi contratada anteriormente. “Ela pode entrar em vigência para o período específico da viagem ou como endosso na apólice de automóvel”, esclarece Carlos César Vilas Bôas, corretor da Lex Corretora de Seguros.
Para quem mora longe desses países, a cobertura pode não parecer tão atrativa, mas Vilas Bôas afirma que “algumas seguradoras têm oferecido a opção de forma gratuita para residentes nas fronteiras dos países que exigem o documento”.
Para que tudo funcione e seus beneficiários sejam atendidos, as seguradoras formam convênios com companhias desses outros países, garantindo que as providências cabíveis sejam tomadas em caso de sinistro. Ainda que um condutor consiga ultrapassar a fronteira sem essa garantia – que deve ser bilíngüe português/espanhol – , caso seja pego pelas autoridades locais poderá até mesmo ter seu carro apreendido.
Contratação
Uruguai, Argentina e Paraguai são os destinos mais comuns desses viajantes. Esses dois últimos são ressaltados por estarem perto do Parque das Cataratas, em Foz do Iguaçu, que forma a Tríplice Fronteira juntamente com Cidade Del Este (Paraguai) e Puerto Iguazu (Argentina). Entretanto, a obrigatoriedade se estende para os demais países pertencentes ao Mercosul, como Chile, por exemplo.
O método de contratação do Carta Verde é bastante simples. Conforme explica Vilas Bôas, entrando em contato com o corretor de seguros ele estará apto a explicar quais as melhores formas de contratação. De maneira geral, são requisitados dados como placa do veículo, chassi, marca, modelo, ano de fabricação e cor. São registrados também os dados pessoais do proprietário do veículo que viajará pelo Mercosul.
As coberturas protegem apenas terceiros por danos que foram causados devido a acidentes de trânsito ocorridos durante a vigência do seguro. “Para que seja aceita, deve ser impressa em uma folha de papel verde e é exigida geralmente no momento de entrada”, comenta o diretor da Porto Seguro. Portanto, as coberturas abrangem terceiros que sofreram danos materiais e/ou corporais, com a Responsabilidade Civil do proprietário e/ou condutor do veículo.
Valores
Os limites mínimos de indenização, de acordo com dados passados pela Lex Corretora, são, por pessoa, de US$ 40 mil para morte e despesas médico-hospitalares; US$ 20 mil para danos materiais e são limitadas a US$ 200 mil e US$ 40 mil, respectivamente. Esses valores não compreendem possíveis gastos com honorários advocatícios.
Os prêmios, também de acordo com a corretora, variam com o tempo de permanência e os limites contratados, mas, em média, seguem o seguinte:
Até 14 dias – R$ 124,82
15 a 30 dias – R$ 185,34
31 a 45 dias – R$ 257,20
365 dias – R$ 434,97
Alerta de Fraude
“É muito importante que o cliente procure o seu corretor de seguros, que é o profissional habilitado para dar todo o suporte para contratação do produto e passar as informações necessárias”, alerta Soares.
Ressaltar o corretor nesse papel é importante, principalmente porque os clientes muitas vezes desconhecem essa exigência e acabam chegando na fronteira sem o documento. Não é incomum que nesse momento exista muita gente na região oferecendo essa cobertura, mas é preciso ficar alerta. Em país estrangeiro, fica difícil muitas vezes averiguar a idoneidade de quem oferece o produto – e não é incomum encontrá-lo em qualquer estabelecimento próximo às fronteiras.
“Procurando um corretor de confiança do segurado, ele evita cair em armadilhas como a contratação de um produto falso, correndo risco de ficar retido no país ou não ter as garantias de indenização do sinistro”, ressalta o corretor Vilas Bôas.
Portanto, quem decidir pegar a estrada já sabe: carro em ordem, seguro auto em dia, seguro viagem em dia e Carta Verde contratada com confiança são essenciais para conhecer com segurança muitas paisagens da América Latina.
Amanda Cruz
Revista Apólice