Ultima atualização 09 de maio

Sem seguro e com dívidas, Hopi Hari está perto de fechar

Parque de diversões se aproxima dos 18 anos sem luz, com dívidas de R$ 700 mi e sem seguro para acidentes com visitantes ou danos aos equipamentos

seguro

O parque de diversões Hopi Hari, localizado em Vinhedo (SP), se aproxima dos 18 anos de existência à beira da pane seca: sem luz, quase 300 funcionários que não recebem salários desde o dia 5 de fevereiro, com dívidas de R$ 700 milhões e sem seguro. Desde o dia 25 de março, o parque opera sem cobertura de seguro para acidentes com frequentadores ou eventuais danos aos equipamentos.

O novo proprietário, José Luiz Abdalla, vem batendo na porta das seguradoras, mas não encontra uma única empresa que encare o risco do negócio, tanto do ponto de vista da segurança dos brinquedos como da capacidade de pagamento da apólice. “A gente não tem crédito na praça”, reconhece o empresário.

Fornecimento de energia cancelado

Em abril, o Hopi Hari teve o fornecimento de energia cancelado por causa de uma conta de R$ 580 mil em aberto com a CPFL. Se não levantar R$ 100 mil nesta semana, Abdalla terá de devolver na segunda-feira (15) os geradores alugados justamente para evitar o fechamento das portas.

Recuperação judicial paralisada

O processo de recuperação judicial, solicitado em 24 de agosto de 2016, está praticamente paralisado, já que o parque não conta com um profissional que saiba lidar com esse tipo de processo – segundo Abdalla, o último especializado, o advogado tributarista Julio Mandel, retirou-se por falta de pagamento.

Público

Com tantos problemas, o público sumiu e o parque – que chegou a receber 24 mil pessoas em um único dia, no segundo semestre de 2011 – tinha 160 visitantes no sábado. No dia anterior, uma sexta-feira, foram 20 pessoas.

Alvo de uma investigação do Ministério Público, que apura relatos de que o parque, em diversos dias, conta com poucos brinquedos funcionando, apesar de vender os passaportes normalmente e sem nenhum tipo de aviso aos visitantes, a direção do Hopi Hari redobrou os avisos. Já no estacionamento, que cobra R$ 55 por carro, o funcionário de uma empresa terceirizada recomenda a atenção do cliente. “Eu peço que todo mundo vá até a placa lá fora e veja quais os brinquedos que estão parados. Uns 20% vão embora direto”, diz.

Na bilheteria, um papel colado no balcão indica os brinquedos em funcionamento. Na ocasião eram12 atrações abertas em quase 60 possíveis – 3 para o público adulto. O passaporte custa R$ 99.

Site fora do ar

Dois dias antes da reportagem, a direção do parque estava decidida a não abrir as portas. Segundo relatos de pessoas ligadas à gestão, o dono do parque chegou a retirar o site do Hopi Hari do ar para evitar compras. Após uma reunião na noite de quinta-feira, contudo, a direção recuou. “O Abdalla não pode abrir, mas também sabe que, se fechar, corre o risco de não abrir mais”, diz uma pessoa que pediu para não ser identificada.

“O que é que eu vou fazer?”, indaga Abdalla. “Sei do risco que é operar o parque sem seguro, mas o meu compromisso é não fechá-lo”, conta o empresário, egresso do mercado imobiliário e de uma família de banqueiros (o pai, Anésio Abdalla, foi sócio do BCN).

Ele comprou 80% do Hopi Hari de Luciano Correa, seu amigo de infância, por R$ 0,01, assumindo todo o histórico de passivo de R$ 700 milhões na pessoa física, uma operação inédita e que deixou representantes do mercado com o queixo caído. “Eu não sei como esse Abdalla consegue dormir a noite”, diz um operador do mercado. “É dívida para a vida inteira e para muitas outras gerações.”

Fonte: Estadão

L.S.
Revista Apólice

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