Ultima atualização 12 de maio

Educação e saúde financeira: um caminho para a sustentabilidade

Promover a educação financeira no país, buscando uma relação mais saudável do brasileiro com o dinheiro, nunca foi tão importante quanto no momento atual

Tomas Carmona, da SulAmérica

Promover a educação financeira no país, buscando uma relação mais saudável do brasileiro com o dinheiro, nunca foi tão importante quanto no momento atual. Após uma década de crescimento econômico, que impulsionou milhões de pessoas à classe média, facilitou o acesso ao crédito e fomentou o consumo, o Brasil vive hoje um período de adversidade. O aumento do desemprego e da inflação foi acompanhado pela piora de indicadores socioeconômicos e pela elevação dos níveis de endividamento da população. Órgãos de proteção de crédito calculam que cerca de 40% da população brasileira adulta esteja inadimplente. Dentro desse contexto, torna-se ainda mais urgente avançar em programas e iniciativas voltadas à melhoria da relação das pessoas com produtos financeiros e com o dinheiro.

São os comportamentos individuais que fundamentam o desenvolvimento sustentável de uma sociedade. No âmbito financeiro, é necessário que as pessoas aprendam a gerenciar os limitados recursos privados e coletivos, para não somente atender às necessidades presentes, como também para suprir as necessidades futuras. Isso não ocorre por meio do acesso facilitado que hoje em dia temos a conteúdos e ferramentas que prometem ensinar a controlar um orçamento de forma eficiente. Ocorre, acima de tudo, a partir da motivação de cada um e do puro interesse em aprender. Essa visão de que é necessária uma mudança de atitude vem da compreensão do valor imensurável que a educação financeira traz para a vida das pessoas. Nesse sentido, ela é a chave para empoderar o indivíduo de forma que tome decisões melhores, mais conscientes e bem informadas, favorecendo o bem-estar próprio e de todos à sua volta.

Dentre as iniciativas públicas e privadas para educar financeiramente a população brasileira ganha destaque a evolução da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), estabelecida como política de Estado em 2010 e com o objetivo de mobilizar os diversos setores da sociedade em torno da promoção de ações de educação financeira. Para exemplificar a evolução, cabe destacar que algumas instituições de ensino já vêm destinando maior espaço ao tema, oferecendo as aulas como disciplina complementar ou inserindo o tema transversalmente, e empresas evoluíram seus programas e passaram a participar anualmente da Semana Nacional de Educação Financeira. Esse é um passo importante para que, no médio prazo, possamos criar uma cultura de planejamento e educação financeira.

Para além da questão monetária, a condição financeira comprovadamente gera impactos na saúde e no bem-estar do indivíduo. Dados do Programa SulAmérica Saúde Ativa apontam que problemas com dinheiro são a segunda principal causa de dificuldade de concentração no trabalho, depois da falta de tempo, e que pessoas endividadas têm uma percepção de vida, saúde e produtividade pior do que a média. Vale destacar que a relação entre educação e saúde financeira dialoga com todas as dimensões da vida privada e também da sociedade, eventualmente impactando na saúde pública e na política monetária, entre outras frentes. Fomentar o engajamento dos indivíduos no processo de aprendizado sobre o uso do dinheiro e de produtos financeiros no país, portanto, é um caminho que permite avanços saudáveis para todos.

* Por: Tomás Carmona, superintendente de Sustentabilidade da SulAmérica

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
100% Free SEO Tools - Tool Kits PRO