Ultima atualização 11 de abril

Planos de saúde devem ficar até 19% mais caros

Operadoras defendem percentual para cobrir inflação médica. ANS não confirma, mas admite que alta de custos dos serviços ultrapassa os índices de carestia

saúde

Os consumidores podem se preparar para um aumento de dois dígitos nos planos de saúde individuais e familiares este ano. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que autoriza o reajuste, não confirmou a alta de 14% ventilada na semana passada. No entanto, especialistas do setor estimam que, para acompanhar a elevação dos preços médicos, a correção nos valores dos planos pode chegar a 19%. Bem acima, portanto, da inflação oficial. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2016, foi de 6,29%. Para 2017, a estimativa do Banco Central é de 3,6% e a do mercado, de 4,10%.

Conforme a ANS, o reajuste anual por variação de custos dos planos de saúde individuais e familiares é aplicado na data de aniversário do contrato. Para o período compreendido entre maio de 2017 e abril de 2018, a correção “ainda está em estudo”, informou, em nota. Para o mesmo período do ano passado, a agência autorizou aumento de 13,57%.

Diferenças

A ANS alertou, contudo, que há uma diferença entre o reajuste dos planos de saúde e os índices gerais de preço. “A inflação medida por esses índices representa a variação média de preços de diversos produtos e serviços que compõem a cesta de consumo das famílias. No caso dos planos de saúde, é contabilizado, além dos valores dos serviços médicos, o aumento da frequência de utilização desses serviços”, afirmou. “Além disso, novas tecnologias são incorporadas, o que impacta nos reajustes”, emendou.

O diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Pedro Ramos, disse que o setor espera uma correção média de 19%. “Isso é o mínimo para ajustar os planos. Nos últimos 10 anos, não houve recomposição da inflação médica. No ano passado, foi de 19%, e o governo autorizou 13,53%”, destacou. Ramos explicou que os índices do custo de vida e de preços médicos são distantes entre si em todos os países.

Conforme a Abramge, o envelhecimento da população, a incorporação de novas tecnologias, além de desperdícios e fraudes, são os principais motivos da escalada dos custos médico-hospitalares. Os reajustes concedidos pela ANS não acompanharam a disparada, justificou Ramos. “As operadoras absorvem o deficit”, destacou. A redução da margem de lucro levou muitas empresas à insolvência.

Os planos de autogestão, sem fins lucrativos, também sofrem impacto do encarecimento da saúde, porque a sinistralidade (utilização) influencia nos custos. A taxa geral de sinistros é de 85,6%, porém, segundo a União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), nos convênios autogeridos salta para 94,8%. “Buscar soluções para isso é essencial, já que a modalidade de autogestão tem o melhor custo-benefício. Não temos reajustes muito altos, já que não visamos o lucro, no entanto, nossa carteira de idosos é a maior do setor e só aumenta, o que eleva a sinistralidade”, avaliou o vice-presidente da Unidas, João Paulo dos Reis Neto.

Fonte: Correio Braziliense

L.S.
Revista Apólice

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