Ultima atualização 30 de março

Empresas compartilham frotas e cargas para reduzir custos logísticos

Mercado de seguros é favorável a esse tipo de iniciativa, mas alerta que nem todas as cargas devem ser compartilhadas

frotas

A dependência brasileira do modal rodoviário é muito conhecida. Para otimizar viagens e reduzir os custos logísticos do transporte de mercadorias, algumas empresas estão criando programas de compartilhamento de frotas e cargas.

Depois de realizar uma entrega, ao invés de retornar vazio ao centro de distribuição, o caminhão pára em uma empresa parceira e pega uma nova carga para o trajeto de volta.

Em outros casos, quando uma empresa precisa realizar uma entrega, mas ainda não tem encomendas suficientes para encher um baú, ela pode dividir o frete com outra companhia que vai fazer o mesmo trajeto.
Isso impede que os veículos circulem abaixo da capacidade ou que as empresas tenham que esperar até atingir um determinado nível de encomenda para despachar seus produtos. Os custos são compartilhados, a logística é destravada e a emissão de gases nocivos para a atmosfera é reduzida.

O mercado de seguros é favorável a esse tipo de iniciativa. O aumento no volume de cargas transportadas contribuiu para o incremento dos prêmios de seguros em 2016. De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a carteira de transportes produziu no ano passado R$ 2,5 bilhões em prêmios de seguros.

Mesmo assim, as companhias devem tomar alguns cuidados antes de decidir compartilhar suas frotas e cargas. “Caso contrário, elas podem ter impactos negativos na operação logística, principalmente no que diz respeito aos riscos e seguros”, alerta Ricardo Guirao, diretor de Transportes da consultoria e corretora de seguros Aon.

Em 2016 a carteira de seguros de transportes devolveu aos segurados na forma de indenizações o montante de R$ 1,5 bilhão. Ou seja, 62% dos prêmios arrecadados ao longo do ano.

O especialista recomenda que antes de compartilhar as cargas, as empresas levem em consideração o risco de roubo. “Uma quadrilha especializada pode assaltar um caminhão pelo interesse em produtos de alto valor agregado. Não indicamos que essas cargas dividam o mesmo caminhão com outras de menor interesse para os bandidos. Isso aumenta desnecessariamente a exposição para os riscos de roubo”, explica.

Quando a sinistralidade da carteira de seguros aumenta, as seguradoras tendem a aumentar os preços e impor restrições para certas mercadorias. “Nesse caso, todos saem perdendo. Por isso, é fundamental que as estratégias de logística sejam acompanhadas de perto por um corretor de seguros especializado em transportes”.

Além disso, o acondicionamento das mercadorias no caminhão deve ser feito de maneira cuidadosa para que durante o trajeto uma carga não caia sobre a outra, ocasionando danos por impacto ou fricção.

Também é preciso analisar os tipos de mercadorias que serão compartilhadas em um mesmo caminhão. “É fundamental assegurar a compatibilidade físico-química das mercadorias para evitar o risco de uma carga contaminar a outra”.

L.S.
Revista Apólice

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