Conec 2016 – Um mercado de R$ 1,5 bilhão, que cresce aproximadamente 18% ao ano. O seguro de Responsabilidade Civil evolui em função da sociedade, que amparada pelo Código de Defesa do Consumidor e pelo judiciário começou a buscar seus direitos. Com isso, surgem novas modalidades do produto – muitos criados graças às demandas dos próprios corretores.
“O corretor é um dos principais fomentadores das novas modalidades de RC. Foi assim que surgiu o RC destinado aos salões de beleza, por exemplo”, declara Edson Toguchi, superintendente de Ramos Diversos e Linhas Financeiras da Tokio Marine. “A categoria tem agora o desafio de trazer esses produtos para as seguradoras”, completa.
Novos danos
Hoje, dois novos tipos de danos (imaterial e corporal) impactam na atividade dos corretores que operam com o seguro de RC e os estudiosos já falam na chegada de mais uma categoria: o dano estético. “Ele vai além do abalo psicológico e considera tudo aquilo que traz um impacto social permanente na vida de um indivíduo”, explica Angélica Carlini, advogada especialista em seguros.
De acordo com a executiva, o mercado também deve voltar as atenções ao RC de dano psicológico, que poderá amparar o segurado em casos de estresse pós-traumático; além da chamada “perda de uma chance”, em que o cidadão deixa de realizar atividades por conta de um dano sofrido no passado. O judiciário ainda não deliberou a forma de medir essa chance, mas está descobrindo isso, pois requerer em juízo a perda uma chance está se tonando uma prática comum.
Um ponto importante, porém, é a mudança de postura dos corretores. A grande questão aparece na implantação do produto, pois caso aconteça algum sinistro é importante que o cliente saiba como proceder e gerenciar a crise. “Vendemos o RC, apenas, mas precisamos ir além disso”, salienta Angélica.
Gerente de Linhas Financeiras da AIG Brasil, Flavio Sá acompanha as alterações no seguro de Responsabilidade Civil, principalmente a maneira com que o consumidor busca por soluções. O momento, segundo ele, exige que todos os agentes do mercado se reciclem, pois os prejuízos ocorrem não mais apenas em grandes catástrofes, mas também em eventos cotidianos. “Precisamos ficar atentos a isso”, frisa Sá.
“O mercado tem diversas seguradoras e modalidades dispostas a apresentar soluções. Temos a oportunidade de explorar e desenvolver essa carteira vendendo uma apólice de RC familiar”, complementa Marcio Guerreiro, presidente da Comissão de Responsabilidade Civil da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
Lívia Sousa
Revista Apólice