Ultima atualização 14 de outubro

Beneficiários querem mudar de plano de saúde

Pesquisa aponta que consumidores estão menos insatisfeitos com os planos de saúde, mas 72% deles querem mudar de operadora

saude

A saída de aproximadamente 2 milhões de usuários dos planos de saúde, em função da recessão e desemprego, descongestionou vários serviços e fez com que os consumidores passassem a avaliar um pouco melhor seus planos de saúde e a apontar menos problemas.

Em relação a 2015, o número de pessoas que dizem não ter tido problemas com seus planos aumentou de 36,6% para 42,9% e a nota do setor subiu de 6,67 para 7,00. Mesmo assim, se fosse fácil e descomplicado, 72,9% mudariam de operadora. Desses, 81% gostariam de ter um preço mais baixo e 19% um serviço melhor.

Essas são algumas das conclusões do novo Estudo Planos de Saúde 2016, da CVA Solutions, que entrevistou 7.090 usuários de todo o País.

“Diferentemente de outros seguros, os planos de saúde são bastante usados pelos usuários. As pessoas têm contato com o plano e usam. E começam a crescer os serviços oferecidos, como descontos em medicamentos, clube de vantagens, programas de prevenção e promoção da saúde. Mas falta comunicação. As empresas precisam comunicar a existência desses serviços, pois o usuário que conhece, avalia melhor o seu plano de saúde”, afirma Sandro Cimatti, sócio-diretor da companhia.

Outro problema detectado foi o uso do Pronto Atendimento como busca para problemas que poderiam ser resolvidos em uma consulta médica. Nos últimos 12 meses, 64,8% dos entrevistados afirmaram que ele, ou alguém da sua família, foram ao Pronto Atendimento.

“Se os planos fossem mais ágeis em marcar consultas, o uso do pronto atendimento seria menor”, explica Cimatti, lembrando que 20,7% dos entrevistados reclamam da demora ou burocracia para agendar consultas.

Serviços e programas de prevenção e promoção da saúde

Os planos de saúde criam serviços adicionais e novos programas de prevenção, mas não têm bons resultados na comunicação. Na opinião do executivo “para os doentes crônicos faltam programas mais efetivos de prevenção, para reduzir o nível de hospitalização. Para os saudáveis faltam programas para evitar obesidade, tabagismo, sedentarismo, entre outros. Faltam ações que levem os beneficiários a conhecer e participar dos programas de prevenção de doenças e promoção da saúde”. Segundo o estudo, 38% já ouviram falar dos programas de prevenção e promoção da saúde, mas apenas 13% já participaram de algum deles.

Médicos de família podem ajudar a reduzir custos

Entre os entrevistados, 62% afirmaram ter um médico que acompanha regularmente sua saúde ou de sua família. Para Cimatti, os planos de saúde deveriam trabalhar mais próximos destes médicos para que eles ajudem na redução de custos evitando que os beneficiários iniciem o tratamento por médicos especialistas, façam exames desnecessários ou utilizem o Pronto Atendimento. “Além disto, estes médicos poderiam ajudar a comunicar e estimular os beneficiários a participarem dos programas de prevenção e promoção de saúde”, sugere.

Objetivo do estudo e marcas citadas

O levantamento mostra o comportamento, hábitos dos usuários, perfil em termos de obesidade, tabagismo e doenças crônicas. Analisa a Força da Marca e o Valor Percebido (custo-benefício) dos Planos de Saúde com Rede Própria e das Seguradoras de Saúde sem Rede Própria.

Os estudos da CVA Solutions têm por objetivo entender a estrutura de Valor Percebido (custo-benefício percebido) no mercado, a partir do ponto de vista do consumidor. Além de medir a posição competitiva dos principais players e diagnosticar possibilidades de criação de vantagem competitiva sustentável. Os estudos avaliam ainda a Força da Marca, que é a atração menos rejeição perante clientes e não clientes.
No estudo foram citados pelos usuários cerca de 50 planos de saúde. Os mais citados foram Unimed, Bradesco Saúde, Amil, SulAmérica, HapVida, Porto Seguro, Intermédica, Golden Cross, Allianz, Notre Dame, Cassi, Mediservice, Assim, Mapfre, Sompo e NextSeisa.

Nota baixa

O segmento de planos de saúde melhorou sua nota em relação a 2015. A nota subiu de 6,67 para 7,00 (em uma escala de 1 a 10), colocando o segmento na 39ª posição, melhor do que Cartões de Crédito e TV por Assinatura. O Valor Percebido para os 45 segmentos pesquisados pela CVA se baseia na nota de custo-benefício percebido e tem como melhor segmento o de Microondas (8,87) e o pior o de Operadora de Telefonia Celular (5,84).

Potencial para crescer

A CVA Solutions também realizou um estudo sobre Planos Odontológicos, em que ouviu 3.788 consumidores de todo o País. Os usuários estão mais satisfeitos dos que os de planos de saúde, sendo que a nota do setor é 7,84. Mesmo assim, 73,3% afirmam que mudariam de plano se fosse mais fácil e descomplicado.

Os entrevistados citaram mais de 30 empresas, sendo as mais Amil, Bradesco, Uniodonto, Unimed, Odontoprev, SulAmérica, Porto Seguro, Interodonto, HapVida, Odonto System, Brasil Dental, Prodent, Metlife, Caixa Saúde, Golden Cross, Assim e Gama.

“O segmento de planos odontológicos tem um bom potencial para crescer. O preço é acessível versus os tratamentos oferecidos. Não existe ainda uma cultura da necessidade de fazer ao menos uma consulta anual ao dentista, mesmo que seja apenas para um check up ou limpeza. Falta as operadoras estimularem e criarem o hábito, pois o plano odontológico é vantajoso para quem costuma ir regularmente ao dentista”, observa Cimatti.

L.S.
Revista Apólice

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