Ultima atualização 31 de agosto

FenaSaúde discute dilemas da saúde suplementar

Evento realizado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro reuniu especialistas do setor para discutir os ramos da saúde suplementar no Brasil

Saúde suplementar

Afinal, qual é a saúde que podemos ter? Foi essa questão que abriu as discussões do seminário ‘A Saúde que podemos ter’ realizado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (29/8). O evento reuniu dezenas de especialistas e empresários do setor para debater o contexto da saúde no Brasil, suas urgências e como melhorar esse cenário.

Para responder a pergunta, Solange Beatriz Mendes, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), se utilizou dos números do setor, destacou que a  saúde suplementar deve ter qualidade e promover segurança e conforto, e, ainda, ressaltou que deve caber no orçamento das empresas e dos cidadãos: “Somente no primeiro semestre de 2016, as despesas assistenciais chegaram a R$ 50 bilhões. Pagamos 1,2 bilhão de procedimentos ao ano. Esses gastos devem ser claros e previsíveis. Hoje, vivemos uma total ausência dessa previsibilidade”.

Na avaliação da presidente da entidade, o foco precisa ser no combate aos desperdícios: “Por exemplo, um stent coronariano pode variar de R$ 4 mil a R$ 22 mil. São enormes desperdícios também na utilização de exames, como de ressonância magnética. No Brasil, a taxa de utilização desse procedimento está em 102 por 1000 pessoas, enquanto que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima esse número em 50”.

Solange Beatriz também participou do debate sobre os dilemas e paradoxos da saúde suplementar no Brasil, no qual defendeu que, no setor, o acesso ao tratamento deve ser de modo a garantir presteza, segurança e qualidade, além de evitar desperdícios. “É preciso conter o avanço descontrolado dos custos, pois não permite que a renda dos brasileiros arque com a saúde desejada”, explica.

De acordo com a executiva, é necessário trazer o consumidor para a discussão: “Acredito que os beneficiários precisam entender o valor da saúde, não só o valor para a prevenção, mas também o custo dessa saúde”. No decorrer do debate, a presidente da FenaSaúde foi questionada sobre a viabilização de recursos para a saúde suplementar. Nesse momento, Solange Beatriz afirmou que é preciso colocar em prática um plano indutor de políticas do setor; defendeu flexibilidade na regulação; alertou que a maioria das operadoras já registrou bem mais que 80% de sinistralidade; e falou sobre hierarquização com direcionamento à atenção primária.

Mesa-redonda

Também presente no seminário, José Cechin, diretor-executivo da FenaSaúde, participou do painel sobre ‘Fundamentos da saúde brasileira e suas consequências – com foco na integralidade’ e abordou o ‘Financiamento da saúde brasileira e suas consequências’. Na mesma linha de argumentação da presidente,  o diretor da Federação reforçou questões que aceleram os custos na saúde suplementar, entre os quais, os preços dos dispositivos. “Há itens cujos preços aumentaram mais de dez vezes em relação ao IPCA. Essa disparidade é um sintoma de que não há concorrência nesse mercado distribuidor.”, afirma.

Cechin também alertou sobre a dificuldade de a Lei Orçamentária Anual manter a dotação para a saúde em termos reais diante do atual cenário econômico das restrições fiscais. “Isso porque, sem reformas profundas, o número de beneficiários da Previdência cresce a mais de 3,5% ao ano e, portanto também a despesa.”

Os principais agentes da cadeia produtora de saúde, seja no âmbito privado ou público, participaram dos debates. Nomes como: José Carlos Abrahão, presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Floretino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB); Paulo Chapchap, diretor-presidente do Hospital Sírio Libanês; Fernando Boigues, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município do Rio de Janeiro (SINDHRIO); e Luis Teixeira, secretário estadual de Saúde (RJ), entre outros representantes de diversas entidades.

O presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Paulo Manoel Protasio, se comprometeu a disseminar os temas debatidos durante o seminário, com mais de duas mil associações comerciais espalhadas pelo país. “Os empresários brasileiros são responsáveis pelo pagamento de 80% dos planos de saúde, que são os planos empresariais. Informar é muito importante para combater a elevação dos custos”, resume.

A.C.
Revista Apólice

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