Ultima atualização 14 de julho

Controle de sinistralidade: sorte ou planejamento adequado?

* Por Francisco Vignoli
Francisco Vignoli
Francisco Vignoli

Gerenciar e manter os índices de sinistralidade alinhados não é questão de sorte e, sim, de planejamento. Atualmente, existem ferramentas tecnológicas e profissionais com capacidade para auxiliar as empresas a se programarem em relação aos gastos com o benefício saúde, inclusive antecipando e prevendo possíveis riscos.

Uma das formas de iniciar esse processo de gestão à saúde é mapear a população da empresa para conhecer detalhes sobre os colaboradores, histórico familiar, hábitos, etc. Essa verdadeira radiografia vai permitir que a empresa tome as medidas necessárias em relação ao plano de saúde mais adequado e também desenvolva iniciativas de promoção da saúde, com orientação e apoio de médicos e enfermeiros.

Caso existam doentes crônicos, por exemplo, é importante haver um acompanhamento próximo, incentivando a adesão ao tratamento e evitando possíveis abandonos no meio do caminho. No caso de interrupção do tratamento, o agravamento da doença e as possíveis recidivas são muito piores. Em média, cerca de 1,5% dos pacientes crônicos dentro de uma organização, são responsáveis, por aproximadamente, 60% dos custos com a saúde na empresa. Por isso, acompanhá-los de perto é parte do sucesso para o controle da sinistralidade.

O estudo detalhado do perfil dos colaboradores também é importante para que se desenhe o plano de saúde mais adequado para aquela população. Tamanho e capilaridade da rede, número e especialidade de hospitais, médicos e laboratórios, são alguns detalhes importantes que, quando bem trabalhados, podem fazer toda a diferença no controle da sinistralidade.

Educar a população da empresa para que use o plano de saúde de forma consciente e inteligente também tem papel fundamental no controle do desperdício. Para se ter uma ideia, cerca de 50% dos resultados de exames não é retirado do laboratório, não há uma “memória” dos exames feitos, já que os dados raramente ficam armazenados no mesmo sistema. A criação de um arquivo único, com a utilização de prontuários eletrônicos, seria de suma importância para cortar gastos desnecessários e, sobretudo, beneficiaria o próprio paciente que teria um histórico médico detalhado com exames e relatórios de consultas salvos num só arquivo eletrônico.

Além da comunicação, extremamente importante nesse processo, existe a tecnologia à nossa disposição que, certamente, pode otimizar os recursos, facilitando o compartilhamento de informações dos pacientes. Os smartphones são um excelente aliado, tanto para a comunicação como para o monitoramento de pacientes, por que não utilizá-lo, por exemplo, para lembrar o paciente de que ele precisa tomar sua medicação, para passar uma orientação sobre a sua dieta alimentar ou até mesmo questioná-lo sobre a interrupção de um tratamento? Seria ainda mais interessante aliar essa tecnologia a uma central médica, orientada a preservar e melhorar a qualidade de vida dos funcionários. Com essas e outras medidas bem desenhadas e planejadas, a empresa, certamente, conseguirá manter os custos dentro de uma margem preestabelecida, sem surpresas desagradáveis e, ainda, poderá oferecer um benefício saúde de qualidade aos colaboradores.

O grande segredo é conhecer e entender realmente as demandas da companhia e de sua população e, a partir disso, será possível manter a saúde financeira da empresa e de seus funcionários. Para esse mal, já existe tratamento!

* Francisco Vignoli, médico e sócio-diretor da B2Saúde Consultoria

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