Ultima atualização 16 de julho

Congresso médico discute mudanças no sistema de saúde brasileiro

Safety 2013 conta com 820 profissionais reunidos no Rio de Janeiro

O sistema de saúde necessita de uma ampla reformulação, desde o treinamento dos profissionais, sua escala de trabalho, até sua remuneração. Essa foi a bandeira levantada no Safety 2013 – Congresso Brasileiro sobre Segurança no Sistema de Saúde, que reuniu, no fim-de-semana, 820 profissionais no Rio de Janeiro. Idealizado pelo Dr. Alfredo Guarischi, cirurgião oncológico do Hospital de Força Aérea Brasileira e do Instituto Nacional do Câncer e colaborador do Proqualis-ICICT, da Fiocruz, o evento está em sua sexta edição e vem crescendo cada vez mais na sua busca por ferramentas que levem a práticas assistenciais mais seguras em um sistema de saúde melhor, em benefício dos pacientes.
“A ideia do congresso é buscar mais segurança para todos e dar voz a enfermeiros, assistentes sociais, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, médicos, policiais. Todos têm experiências para trocar a fim de focar no estudo e aprimoramento do “fator humano”, mudando o foco do “quem?” para o “por que?” e “como?” – define Dr. Guarischi.
Nos Estados Unidos, ocorrem mais de 600 mortes por dia devido a erros no sistema de saúde. Esse número fica atrás apenas das mortes ocasionadas por câncer. O Safety, como explica Dr. Guarischi, nasceu para buscar soluções e valorizar a vida, minimizando as falhas. O congresso tratou também da situação dos técnicos de enfermagem, que carecem de treinamento contínuo e adequado. Hoje, estes profissionais de saúde são mais numerosos que os médicos e enfermeiros, porém o rodízio de técnicos num hospital tem média anual de 30%, podendo chegar a 70%. Dr. Guarischi ressalta que isso significa uma mudança completa em todo o staff de técnicos a cada três anos.
“Dessa maneira é impraticável manter a qualidade e a segurança na Saúde. Não há estímulo financeiro nem facilitação para o profissional se desenvolver. Outro ponto crítico é a fadiga crônica dos profissionais de saúde, que acumulam de dois a três empregos e muitos chegam a trabalhar por 36 horas seguidas. Isso prejudica enormemente o desempenho profissional. Em quantidade de escolas médicas,o Brasil sóperde para a Índia. O Rio de Janeiro tem o maior número de hospitais públicos do Brasil. Porém o sistema de Saúde está doente e passa por sérios problemas de gestão”, conclui o organizador do congresso.
O primeiro dia do Safety 2013 foi aberto pelo presidente do Conselho Federal de Medicina, Dr. Roberto Luiz D´Avila. Entre os principais palestrantes, também estiveram a Dra. Aleta Borrud, médica hospitalista da Mayo Clinic, de Rochester (EUA), o Dr. Airton Bagatini, presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, a Dra. Patrícia Fernanda Toledo Barbosa, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e o Dr. Antônio Bispo Santos Jr, do Comitê Olímpico 2016. O Safety 2013 teve patrocínio da Amil.

A.C.
Revista Apólice

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