Ultima atualização 06 de junho

Omissão de perfil prejudica seguradoras em casos no Judiciário

Consumidor omite informações para reduzir custos de apólice e juízes têm descaracterizado o perfil nos julgamentos

As seguradoras vêm sofrendo uma série de derrotas no judiciário em relação a apólices de seguros de automóveis. Na maioria dos julgamentos os juízes descaracterizam o fator do “perfil” do condutor, o que vem gera uma série de problemas.

Quando o consumidor procura uma seguradora com o intuito de segurar seu veículo, o custo da apólice é calculado tomando por base as informações prestadas para a seguradora como, por exemplo, quantidade de quilômetros percorridos durante o mês, distância entre o trabalho e a residência, os locais que o veículo transita diariamente (finalidade do uso do carro), a existência de garagem nos locais, número de pessoas que utilizará o carro, quem é o principal condutor do veículo, a idade dos condutores etc.

Segundo Fábio Carnieto, especialista em direito processual civil do Sevilha, Andrade, Arruda Advogados, em muitos desses casos essas informações são omitidas com o intuito de baratear o custo da apólice. “Muitos consumidores traçam o perfil diferente do que realmente é. Alguns dizem que utilizam o carro apenas nos finais de semana, quando na verdade utilizam para trabalhar. Outros dizem que o carro fica apenas estacionado na garagem, mas é estacionado na rua. Um fator de extrema relevância é a omissão dos condutores do veículo, quando envolve condutores entre a faixa de risco (18 a 25). Enfim, são várias omissões que têm o objetivo de diminuir o valor da apólice”, analisa.

Os juízes, no entanto, em grande parte dos casos, têm descaracterizado os perfis, entendendo que o seguro foi feito sobre o veículo, em razão da solicitação do contratante do seguro (segurado) com a contratada (seguradora), devendo assim a seguradora arcar com a manutenção do seguro e pagamento dos prêmios, independentemente de pessoas diversas das constantes da apólice dirigirem o veículo a maior parte do tempo, descaracterizando assim o perfil utilizado no momento em que é realizada a contratação. Esse entendimento gera prejuízos às seguradoras, já que a apólice é barateada em razão da análise do perfil.

“O judiciário tem interpretado de maneira equivocada o tema. Caso levassem em consideração a tese do perfil do segurado nos julgamentos, quem sabe não teríamos uma redução de custos nas apólices?”, finaliza o especialista.

J.N.

Revista Apólice

 

Compartilhe no:

Assine nossa newsletter

Você também pode gostar

Feed Apólice

Ads Blocker Image Powered by Code Help Pro

Ads Blocker Detected!!!

We have detected that you are using extensions to block ads. Please support us by disabling these ads blocker.

Powered By
Best Wordpress Adblock Detecting Plugin | CHP Adblock