Ultima atualização 16 de fevereiro

Seguro para obras de arte ainda é pouco explorado no Brasil

“As obras de arte têm valor imensurável”. Para os titulares e apaixonados por elas, a perda ou o prejuízo de uma obra é algo que não se pode medir, falando-se em valor sentimental ou cultural, porém é algo que pode ser segurado. Apesar de não ser uma das principais apólices comercializadas no Brasil, o seguro para obras de arte protege colecionadores, galeristas, museus e exposições. Como é o caso do RD Obras de Arte All Risks, oferecido pela Almeida Gomes Seguros. A empresa, com sede em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Estados Unidos, trabalha com esse seguro há 10 anos. Como o próprio nome já indica (“All Risks”), a cobertura da apólice inclui todos os riscos aos quais a obra está exposta – roubo, queda, deterioração (por chuva, luz, umidade), danos causados durante o transporte, entre outros. Em caso do cliente enviar sua obra para alguma exposição, há a opção da cobertura “prego a prego”, que envolve todas as etapas do transporte da obra até o retorno ao local de origem.
Quando o cliente contrata a apólice, ele responde um questionário minucioso, com questões sobre a segurança do local onde a obra está locada e o tipo do produto (quadro, escultura, livro). “Nós encaminhamos o relatório para a sede de Miami, pois não trabalhamos com seguradoras no Brasil. Logo depois a seguradora envia o questionário para a resseguradora que vai avaliar, precificar e mandar a emissão para o Brasil”, afirma José Flávio Almeida Gomes, diretor executivo da Almeida Gomes Seguros. A empresa trabalha com a Liberty, dos EUA, e com o Lloyd’s. Durante a emissão da apólic,e fica a critério da resseguradora americana eleger ou não uma empresa de vistoria no Brasil para inspecionar o local e as obras.
No caso de museus, eles geralmente possuem “Facility Report”, que é um relatório sobre a instalação – registrada na prefeitura da região. Caso haja a vistoria, a empresa pode fazer alguns apontamentos, se necessário, de mudanças no local e concede um prazo de 30 dias para a alteração de algum dispositivo. Por exemplo: disponibilizar extintor de incêndio ou alterar a posição de uma lâmpada. Se o cliente não regularizar, a seguradora pode vir a cancelar a apólice e devolver o prêmio pago proporcional. “As companhias não têm interesse em negar uma apólice de seguro para obra de arte e não é um seguro de difícil aceitação. Essa recusa só acontece caso o cliente (seja residência ou uma instituição) esteja demasiadamente exposto a um risco ou caso a companhia não considere o(s) produto(s) como obra de arte”, expõe. Gomes exemplifica que já houve um caso de proposta recusada. Esse queria proteger uma mesa, de acervo pessoal, com aproximadamente 30 anos de existência. As seguradoras avaliam como antiguidade produtos com mais de 50 anos.
As seguradoras trabalham com um departamento especializado para realizar essas avaliações e mensurações. Há empresas no Brasil, a exemplo da Museum Cultural (São Paulo), que facilitam a cotação de seguros, pois realizam análises da documentação das coleções e avaliação dos riscos a que as obras estão expostas, e também participam nos momentos de liquidação de sinistros.
De acordo com Gomes, o preço dessa apólice gira, em média, em torno de 2% do valor segurado. Ele destaca que é comum o próprio cliente calcular o valor da obra quando se trata de artistas locais. Em casos de artistas mundialmente conhecidos é mais fácil para a seguradora mensurar, mas quando se trata de locais, o cliente oferece o valor e a companhia busca mais informações sobre a obra, para checar o preço. Segundo Gomes esse é um mercado crescente e há bastante procura por parte, principalmente, dos museus – quando trabalham com um acervo consignado. “As pessoas têm consciência de que precisam buscar o seguro. Claro que a procura ainda é muito pequena em relação à proporção do número de museus e da quantidade de obras existentes no Brasil. Muitas pessoas não procuram por falta de conhecimento, por não saberem que esse seguro existe. Elas ligam para uma ou duas seguradoras e recebem a informação que elas não trabalham com esse tipo de seguro e, após isso, desistem de procurar”, finaliza.

Revista Apólice – Portais de Seguros

Gabriela Ferigato
Revista Apólice

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